sábado, 19 de abril de 2014

Pra dizer que...

Ando por aí jogada nos cantos da casa. Cansada, desanimada, sem energia.

Talvez seja a falta de você pra me aquecer nos dias frios.
Para pegar na minha mão e rir de mim quando eu digo que estou velha, me dizer que é porque eu tenho problema com o tempo.
Preciso de você para me levar para perto ouvir seu coração batendo e dizer que dá tempo.
Para me encorajar a seguir meus sonhos e acalmar minha ansiedade, falando com voz mansa mesmo que eu esteja a beira de surtar.
Preciso de você ao meu lado para acariciar meu rosto, me dar esse sorriso torto e dizer que estamos juntos outra vez.
Preciso da sua voz, seus apelidos bobos, sua agitação.
Preciso que me puxe para perto, que me ofereça a sua mão.
Que me diga que vai estar lá se eu cair para me fazer sorrir e dizer que somos nós outra vez.
Preciso ouvir seu eu te amo, olhar nos seus olhos e dizer eu também.
Preciso de você ao meu lado nesse dia gelado para dizer que somos nós outra vez

quinta-feira, 17 de abril de 2014

À alguém que já se foi

To com aquele medo, aquela coisa que martela me dizendo para não cair nessa de novo: mas já que estou eu aqui escrevendo essas palavras tortas e cheias de sinceridade venho confessar que: sinto sua falta.

Não sei se você tá vendo, ou se vai chegar a ver, mas (hoje) eu tenho um medo estranho de deixar que me vejam, porém não tem nada que eu possa fazer para mudar isso. É como se fosse um efeito vídeo game: preciso passar de fase em fase para ficar mais forte e chegar no chefão. Mas já foram tantas fases e tantos game overs que dá preguiça de recomeçar e eu prefiro me jogar no sofá a ter que re-começar.

Talvez você não saiba, mas eu te carrego na mochila, lá no fundo. Eu deveria ter te devolvido por completo, mas não deu.
Já que estou aqui confessando coisas: Aquele nosso sonho também ficou comigo, está no fundo para eu não correr o risco de usá-lo na primeira oportunidade, num desespero momentâneo qualquer. Ele é único, portanto, é preciso ter cautela.

Eu também escuto nossas briguinhas, ouço cada palavra em minha mente. E no meio de tanta confusão de gritos e palavrões me lembro do seu lado infantil, da sua gentileza e delicadeza e te desculpo quase que instantaneamente! E vem junto com a vontade de te abraçar, beijar e dizer que vai ficar tudo bem, esquecer o que aconteceu e seguir em frente. Mesmo que eu saiba que vai acontecer de novo, e de novo... até que essas brigas se tornem ternas e eternas.
Insisto que você não me deixe sozinha essa noite e venha jogar comigo, sem questionar meus vícios, apenas para abrandar essa guerra dentro de mim. Pára na minha porta desce desse tanque de guerra e me abraça. Mostra pra mim que você decorou o caminho todo. Mesmo que aconteça de novo e de novo...

No inicio dessa manhã eu acordei precisando de você, procurando tuas mãos no escuro, mas não achei. Acordei meio que de sobressalto e, como esperado, você não estava aqui pra dizer que tive apenas mais um sonho ruim, que eu precisava mesmo de um copo d’água e alguns minutos de massagem pra adormecer tranquila e sonhar com a gente. No fundo, só precisava mesmo desse seu carinho meio sonolento meio preguiçoso, despretensioso embora sincero e das pontas mornas dos teus dedos passeando pelo meu rosto. Deita do meu lado que eu separo o café, o cigarro e um livro novo.
Apaga a luz e se esconde em mim.
Se proteja em mim com o paladar, audição, tato, qual o sentido do amor?
Você foi embora.

Você tem sido uma lembrança muito boa - porém com dor- de alguém que foi muito importante para mim. De um amor que foi amor um dia.

Acabou e eu te guardo com carinho nos traços, nos quartos, no jeito bobo de sorrir. Te guardo nas formas de redecorar as folhas do caderno. Cê me tirava da monotonia com uma facilidade incrível e debochava de mim só porque gostava de me ver irritada (risos).

Sinto falta de nós, nossas mãos entrelaçadas, nossas pernas se tocando enquanto estávamos deitados no sofá-cama da sala, dos carinhos e beijos, do sexo, dos cigarros que já foram até escondidos dentro da piscina.

Enquanto você se afasta, eu guardo seu gosto em mim, uma pena que você não fique impregnado feito cigarro pelos meus cabelos e pelos meus tons. Nos dias nublados vou lembrar de você com afeto.

Amor não se pede, mas se agradece e mesmo sabendo que dói, agradeço: um dia houve amor entre nós - e talvez ainda haja-

Uma parte da gente sempre vai com o outro.